Clipe dá um novo fim para o trágico acidente de 1º de maio de 1994

Por Bruno Saint’ Clair
brunosclair@odiadia.com.br

As manhãs de domingo eram sagradas para acompanhar as corridas de Fórmula 1. Sobretudo, porque naquela época o país tinha um dos melhores pilotos do mundo, Ayrton Senna da Silva. Acontece que ele não era “só mais um Silva”, ele era o Ayrton Senna do Brasil.

A estreia na F1

O tricampeão mundial – 1988, 1990 e 1991 – chegou à F1 no GP do Brasil de 1984 aos 23 anos. Na ocasião, a prova era realizada no Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Pilotando uma Toleman-Hart, Senna vinha credenciado por um título na Fórmula Ford em 1981 e por uma brilhante temporada na Fórmula 3, onde foi o campeão da categoria em 1983 batendo vários recordes. Em sua estreia na F1, Ayton largou em 16º, deu apenas 8 voltas devido a problemas no turbo do motor Hart da Toleman e viu o francês Alain Prost vencer o GP do Brasil.

Em entrevista a Rádio Jovem Pam em 1988, o piloto brasileiro falou de sua preparação para a estreia, o que já mostrava o nível de maturidade e profissionalismo. Acompanhe no áudio abaixo.

A primeira vitória na F1

Ao longo de 10 anos na F1, Senna recebeu a bandeirada quadriculada em primeiro lugar por 41 vezes.  O primeiro triunfo foi no GP de Portugal em 1985, Senna largou na pole position sob forte chuva e conseguiu sua primeira vitória em 21 de abril no Autódromo de Estoril, pilotando sua Lotus (1985-1987). Sua última vitória na F1 foi em 1993 no GP da Austrália quando se despediu da McLaren (1988-1993), pois na temporada de 1994 disputaria o mundial pela Williams.

Com pista encharcada, Senna conquistou a primeira vitória. Mais tarde seria o Rei da Chuva.

Campeão Mundial em 1988

Foram disputadas 16 corridas em 1988 das quais, 15 foram conquistadas pela McLaren, com oito vitórias de Ayrton Senna (90 pontos) e sete de Alain Prost (87 pontos). Senna conquistou seu primeiro título mundial na penúltima prova, no GP do Japão, no Autódromo de Suzuka em 30 de outubro daquele ano. Senna foi Bicampeão em 1990 e Tricampeão em 1991, todos os títulos pela McLaren. Ficou com o vice-campeonato nos anos de 1989 e 1993.

GP do Brasil 1991

Ayrton Senna já era Bicampeão, mas faltava ganhar em casa. Até aquele momento, Senna já havia disputado 7 GPs do Brasil e o melhor que havia realizado foi o 2º lugar em 1986, com a Lotus e o 3º lugar em 1990, com a McLaren.

Senna havia largado na pole, mas foi uma prova difícil com um final emocionante. Sua McLaren já havia perdido quase todas as marchas, mas o piloto brasileiro superou todas as dificuldades mecânicas de seu carro e um desgaste físico nunca visto na F1, venceu o GP do Brasil e foi saudado por toda a torcida no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. No mesmo ano, Senna conquistaria o tricampeonato mundial. Senna voltaria a vencer no Brasil em 1993.

O Rei de Mônaco

Homenagem empregada por ser o piloto com o maior número de vitórias, seis GPs – 1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993 – mesmo após 24 anos de sua morte, ainda vai levar um bom tempo para que outro piloto supere sua marca. Dos pilotos em atividade no momento estão empatados com 2 vitórias: o alemão, Sebastian Vettel; o espanhol, Fernando Alonso e o britânico Lewis Hamilton. O alemão Michael Schumacher terminou a carreira em 2012 com cinco vitórias. Senna ainda recebeu outras denominações, como: Magic Senna, Rei da Chuva e O Chefe.

A última curva

Domingo, 1º de maio de 1994. Dia do GP de San Marino, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari em Ímola, na Itália. O final de semana já havia marcado o mundo da F1 por um acidente sério com o brasileiro Rubens Barrichello e a morte do austríaco Roland Ratzenberger, no dia anterior da corrida.

Era o terceiro GP daquele ano, Senna havia trocado de equipe e vinha se adaptando a Williams-Renault. Apesar de ter conquistado as três pole position do campeonato até aquele momento, Senna não havia conseguido concluir nenhuma das duas últimas corridas e o destino também não o deixaria terminar em San Marino.

Senna não conseguiu completar a curva Tamburello devido a uma barra de direção quebrada, a telemetria constatou que o tricampeão, percebendo a instabilidade do seu F1, ainda conseguiu diminuir a velocidade de 300 para 200 km/h. Mas… “Senna bateu forte!”, disse Galvão Bueno.

O restante todos nós já sabemos, tudo o que aconteceu depois e seus desdobramentos. Da comoção mundial até o sepultamento no dia 05 de maio de 1994. Mas, assim como a vida imita a arte, o jornalismo hoje imita a ficção… E, se fosse diferente? Acompanhe o clipe do Grandphone Vancouver de 2016, do músico e vocalista, Fernando Ventura. Vale apena relembrar o clipe “A Rush Through the River” e sonhar com um final diferente!

 

 

 

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