Expresso Aparecida

Por Bruno Saint’ Clair
bsclair@gmail.com

A Cidade de Aparecida é localizada no Vale do Paraíba, interior do Estado de São Paulo. Chamada carinhosamente de Aparecida do Norte, fica apenas a 170 km da capital paulista.  A viagem de carro da Cidade do Rio de Janeiro, mas precisamente do bairro do Méier na Zona Norte até Aparecida, leva aproximadamente três horas e meia, dependo do horário e das condições do trânsito.

Só que uma dupla apaixonada pelo ciclismo resolveu madrugar em pleno sábado e fazer este percurso de bicicleta. Rogê Serrão, 55 anos, pastor e autônomo junto com Rafael Heser, 39 anos, motorista de aplicativo, pedalaram 261 km em 10h56. Saíram do Rio às 4 horas da manhã do dia 21 de outubro e chegaram ao seu destino antes das 16 horas, o tempo total do trajeto foi de 11h42 devido às paradas para hidratação.

Como em toda jornada semelhante a esta é necessário preparo, experiência, apoio e, sobretudo gostar do que faz. No caso dos nossos ciclistas, trata-se do amor pelo pedal. Para Rogê Serrão é um amor de longa data, pois lá se vão mais de 20 anos de pedaladas. Já para o seu amigo Rafael Heser, entre início, interrupção e volta à prática, vive aquela fase de reconciliação com a bike. E somado os períodos, já são 11 anos sobre a magrelinha.

O Expresso Aparecida, assim como os amigos batizaram, foi um desafio de certa forma prazerosa para a dupla. Foi um dia de temperatura amena no Rio de Janeiro que variou entre 20ºC e 26ºC e no trajeto de São Paulo estava entre 16º e 26º. Céu entre nuvens, sol encoberto, sem chuva, ou seja, “suave na nave” o tempo perfeito para pedalar. Só que problemas ocorrem naturalmente e antes do 1º pedágio, na Rodovia Presidente Dutra, em Seropédica, o pneu traseiro da bicicleta do Rogê Serrão não suportou e furou.

Pit stop para troca do pneu

Os pneus dessas bicicletas são calibrados com 110 libras, o asfalto não estava quente e ambos levaram duas câmaras de ar sobressalentes por precaução. Rafael sinalizou como situações desagradáveis do expresso, a quantidade de sujeira e resíduos no acostamento. “Um dos pontos negativos da nossa aventura, foi o acostamento muito sujo, resto de pneu de caminhão, pedras e até areia. Um perigo para quedas, pois o pneu pode escorregar e seria chão na certa”, alertou.

O que causava preocupação aos ciclistas também foram as interrupções dos acostamentos e armadilhas inesperadas pelo caminho. “Tinha muitas ‘tartarugas ou olho de gato’ soltos no asfalto e sem falar que em alguns trechos não tem acostamento. Chega a ter de 2 a 3 km sem acostamento”, completou Rogê. Os Tachões Refletivos – olho de gato – são dispositivos auxiliares de sinalização, mas muitos não estavam fixados ao solo.

Em desafios assim é sempre bom ter uma equipe para apoio operacional e quando esse suporte vem da própria família, aí fica muito melhor. Rogê e Rafael estavam sempre amparados durante todo o percurso para que a cada parada, eles pudessem ser hidratados e alimentados. Essa missão ficou sob a responsabilidade da Cristiane e Isabelle, esposa e filha do Rogê, e da Natália, esposa do Rafael. Elas acompanhavam de automóvel os pedaleiros para supri-los em suas necessidades.

Isabelle, Cristina, Rogê, Rafael e Natália

O planejamento de quatro paradas de aproximadamente 15 minutos, a cada 50 km para hidratação, foi essencial para que os ciclistas tivessem uma boa performance ao longo do trajeto. Entre sanduíches, frutas, água e isotônicos, Rogê e Rafael assessorados pelos familiares foram adiante até o destino final.

Eles também eram monitorados pelo Strava, aonde era possível coletar informações importantes durante o trajeto. O Strava é um aplicativo mundialmente utilizado por atletas profissionais e amadores para rastreamento de caminhadas, corridas e pedaladas que incorpora recursos de redes sociais.

Tão conhecido que uma das lendas desta modalidade desportiva, Lance Armstrong, um ex-ciclista profissional americano, campeão de ciclismo em estrada de 1993. Ficou famoso por ter vencido o Tour de France por sete vezes seguidas — um recorde absoluto nessa prova — entre 1999 e 2005. Também utiliza o aplicativo com Rogê e Rafael sendo um dos seus milhares seguidores.

Heptacampeão do Tour de France | Foto: ©AFP Jack Guez

Por exemplo, com o Strava foi possível saber no final que o tempo real de movimentação foi de 10h56 — já excluídas as paradas —, a velocidade média alcançada deles foi de aproximadamente 24 km/h, perderam 5.478 kcal e tiveram uma elevação de 2.690 m, ou seja, entre subidas e descidas, superaram a altitude de Bogotá, na Colômbia, que tem 2.625 metros.

Rogê Serrão compara as inclinações pelos locais por onde já pedalou. “No Alto da Boa Vista são 6 km de subida com uma inclinação entre 60 a 70%. Na Serra das Araras é uma subida suave ou arrolada (gíria). Já o Corcovado, Vista Chinesa e Estrada das Canoas são subidas longa e muito íngreme. Petrópolis varia muito, porque têm trechos com alta inclinação. É uma serra longa de 22 km”, explicou.

A sensação de completar o Expresso Aparecida, nos embalos de um sábado no pedal, vai ficar por muito tempo gravado na memória deles. Isto porque, geralmente os que fazem esse percurso realizam em duas etapas: primeiro vão até Resende e pernoitam, para no dia seguinte seguir ao destino até Aparecida. Já os nossos amigos do pedal foram de uma vez só e o Rafael relata bem esse sentimento.

“Foi a realização de um sonho, porque desde lá do início do ano 2000 que eu pedalo em grupo e sempre ouvi falar desse pedal. E nunca achei que eu seria capaz de concluir, porque achava que não iria conseguir. Os anos foram passando, fiquei um tempo parado sem bicicleta, voltei a pedalar e fui evoluindo no ciclismo. Graças a Deus hoje eu tenho uma bicicleta muito boa, equipamento muito bom e sempre pedalei com o Rogê”, declarou Rafael.

Até que Rafael fez a proposta tentadora. “Um belo dia eu falei com o Rogê, que a minha esposa estaria disposta a dirigir o carro para a gente ir até Aparecida. Bora?” Bem, a resposta nós já acompanhamos aqui nessa brilhante jornada do Expresso Aparecida.

Fotos e Vídeos: @roge.valleserrao e @rafaelheser os “amigos do pedal”.

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