Em entrevista ao Jornal da CBN, o ministro-chefe da Secretaria de Governo diz que prisões de pessoas próximas a Temer não estão influenciando na reforma ministerial porque foram ‘ponto fora da curva’. Ele avalia que Luís Roberto Barroso errou ao autorizar as prisões e afirmou que vai entrar com um pedido de impeachment contra o ministro do STF.

 

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou à CBN que a Operação Skala foi um ‘excesso de autoritarismo’. Marun disse que as prisões de pessoas próximas ao presidente Michel Temer não vão influenciar a reforma ministerial realizada pelo Planalto, uma vez que, segundo ele, o episódio se tratou de um ponto fora da curva.

“Desde o Congresso da UNE em Ibiúna não se prende tanta gente simplesmente para ouvir depoimentos. O que a gente deseja é que isso tenha sido um ponto fora da curva e não represente, como aconteceu em 1968, um símbolo de endurecimento e de um novo surto de autoritarismo”, afirmou.

Ele também criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal, que pediram e autorizaram o cumprimento de 13 mandados de prisão na ação. Na lista, havia amigos de Temer, como o advogado José Yunes, ex-assessor especial da presidência. Marun afirmou que a PGR e o STF não podem agir mancomunados, como se fossem uma única instituição, mas que Temer não condicionou a indicação de Raquel Dodge como procuradora-geral da República. Marun foi enfático ao criticar a atuação Luís Roberto Barroso no caso e disse que o ministro do STF errou ao autorizar as prisões. Ele afirmou que vai apresentar um pedido de impeachment contra o ministro.

“Ele exacerbou as atribuições de sua função quando, ao investigar um caso de 2017, pediu a quebra do sigilo bancário do presidente desde 2013. Não acharam nada nesse decreto dos portos que incriminasse Temer. É como um assassinato sem cadáver, em que tentam voltar no tempo e abrir sepulturas para tentar encontrar alguma coisa”, disse.

Carlos Marun ainda fez críticas à atuação da Câmara dos Deputados e do presidente da Casa, Rodrigo Maia, no caso. Ele cobrou que a Câmara se posicione de maneira mais enérgica diante das decisões do STF.

 

FONTE: CBN

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