O ser humano, por natureza, trabalha com a terceirização da culpa. No Éden quando Adão foi perguntado por Deus se ele tinha comido o fruto proibido, ele responde: “foi a mulher que tu me deste”. Adão só podia estar de brincadeira, porque ele comeu de livre e espontânea vontade. Eva não teve nenhum trabalho em convencê-lo.
Colocar a culpa nos outros nos isenta de reflexão e de mudança de caminho e mentalidade. Não significa que você não vai se preocupar com o que os outros pensam (têm ou fazem). É a atribuição real de responsabilidade aos outros.
Por exemplo, um homem doente que acredita em bruxaria pergunta: “quem fez isto”? Diferente daquele que se orienta pela medicina e pergunta: “o que me fez isto”?
Nossa primitiva e imatura mente, sempre busca a causa dos medos e fracassos fora de si mesma. Isentando-se assim de qualquer culpa pelo próprio fracasso e perdendo a grande oportunidade de melhoria e reflexão.
Pouquíssimos de nós admitem: “talvez o erro seja meu”. E quando há punição iminente, é instintivo culpar alguém, que não seja eu.
O não reconhecimento do próprio erro é, consequentemente, um fracasso. Não reconhecer as próprias falhas, é como se estivéssemos construindo estátuas de bronze fundido com pés de barro, belo ao primeiro olhar, mas frágil estruturalmente, certamente ruirá.
Nesse sentido não há espaço para aperfeiçoamento e autorreflexão, você não lida com o cerne do problema, que é você mesmo! E com isso o fracasso lhe bate à porta e torna-se seu companheiro de jornada. Perde-se a batalha do dia a dia e o abatimento é o sentimento que vai habitar o seu coração. E como você já leu, fracasso não é errar, é desistir.
Num mundo de concorrências e cada vez mais dinâmico, onde a performance e o desempenho são cada vez mais exigidos, como você vai vencer essa corrida louca? Com a reflexão sobre os seus próprios erros.
Se tivéssemos noção do quanto isso impacta em todas as áreas da nossa vida, jamais terceirizaríamos a nossa culpa. Se pensarmos nos relacionamentos humanos, imagine o quanto é poderoso chegar ao seu acusador a admissibilidade da culpa?
Dale Carnegie costumava levar seu cachorro Rex para passear em um bosque próximo de sua casa. Carnegie deixava o cão andar solto, sem coleira e focinheira. Um dia ele encontrou com um policial, que o censurou, pois era proibido pela lei andar com um cão solto pelo bosque. O guarda disse que se o pegasse novamente ele seria multado.
Na semana seguinte Carnegie deixou o cão solto novamente e se deparou novamente com o policial. Antes que o policial falasse, ele foi mais rápido e assumiu a culpa, disse que não havia justificativa para o que ele tinha feito.
Dessa vez o policial adotou um tom delicado. Como Carnegie se culpou, o policial agiu mostrando-se pouco rigoroso. O policial liberou Carnegie e disse onde ele poderia brincar com o cachorro sem arranjar problemas.
Se tivermos inteligência emocional, quando sabemos que vamos ouvir de alguém uma bronca, não é muito melhor sermos proativos e falarmos nós mesmos o que ela vai dizer?
Isso é bom do ponto de vista da outra pessoa e do nosso próprio ponto de vista, pois é mais fácil lidar com uma crítica feita por nós mesmos do que com uma crítica que parte de outra pessoa.
E, se você realizar uma crítica antes do que a outra pessoa faça, existe uma grande chance de que ela tomará uma atitude generosa e de perdão.
Com uma técnica tão simples, é possível ganhar a simpatia das pessoas, tanto no trabalho, quanto na vida pessoal, com amigos e familiares. Quem admite os próprios erros — mesmo sem corrigi-los — segundo Carnegie, conseguirá até convencer o outro a mudar o comportamento.
Ao invés de assumirmos a culpa, nos escondemos e temos comportamentos que nos deixa no caminho inexorável do fracasso: tentar esconder o próprio erro, culpar os outros ou se esquivar. Agir assim traz consequências ruins, pois você não irá aprender com os erros cometidos e poderá se sentir culpado e frustrado.
Quer ter sucesso? Quer alcançar os seus objetivos? Então assuma os seus erros e corrija-os, pois só assim você crescerá!