Um momento muito aguardado por toda a nação Brasileira, ou melhor, o mundo inteiro estava voltado para este marco na história do futebol, mas algo muito curioso estava para acontecer. Para relembrarmos o fato, voltaremos ao dia 14 de Novembro de 1969, em João Pessoa.
O Santos F.C se preparava para um amistoso contra o Botafogo-PB, e Pelé estava na marca de 998 gols. A imprensa estava numa verdadeira contagem regressiva para o gol mil, havia também um grande interesse político, e muitos torcedores enlouquecidos para presenciar este fato histórico do futebol mundial, mas o que estaria para acontecer te deixará surpreendido.
Sabendo do interesse por toda a cidade para que o gol acontecesse em João Pessoa, o clube santista juntamente com o rei bolaram um plano, só levaram um goleiro para a partida. Quando rolou a bola, o Santos abriu um placar de 3 x 0 facilmente, sendo que um deles foi de Pelé, chegando aos 999 gols. É aqui que começa a grande curiosidade.
Eles perceberam que a festa já estava preparada e sentiram que o Botafogo-PB estava facilitando o jogo para que o milésimo gol fosse feito naquele dia. Foi aí que o goleiro Jairzão alegou estar contundido e, normalmente, quando o goleiro não podia ser substituído era Pelé quem assumia a posição, fazia isso porque gostava. Como não havia goleiro reserva, Pelé foi defender a meta santista e o milésimo gol não saiu na Paraíba. Podemos imaginar que o rei do futebol estava “combatendo” a política.
O jogo seguinte, dois dias depois, foi em Salvador contra o Bahia. Uma partida totalmente diferente da anterior, pois o time da casa complicou demais o jogo. Numa jogada espetacular, onde driblou quase a metade do time do Bahia, Pelé chutou e saiu pra comemorar o gol, mas não contava com a astúcia do defensor, que conseguiu tirar a bola quase em cima da linha. A torcida local ao invés de aplaudir, vaiou bastante o jogador do Bahia, um fato muito diferente do normal, pois esse não seria um gol comum, seria o milésimo e todos queriam presenciá-lo. Pelé se manteve nos 999 gols, até que chegou ao Maracanã contra o Vasco da Gama.
Naquele 19 de novembro de 1969, mais precisamente às 23h11 daquela quarta-feira, Edgardo Andrada defendia a meta do Vasco e ao ver Pelé se preparar para a cobrança do pênalti, sentiu algo que nunca imaginou que fosse passar: “Era como se fosse eu contra o mundo inteiro.”, e disse mais: “O barulho era ensurdecedor e até mesmo os torcedores do Vasco se viraram contra mim”, relembra Andrada, ainda perplexo.
Pelé partiu para a bola, fez uma pequena pausa e chutou de perna direita no canto esquerdo do goleiro argentino. Andrada saltou para o lado certo, mas, embora tenha tocado na bola, não conseguiu desviá-la de seu destino. “Pela primeira vez na minha carreira, fiquei realmente nervoso”, continuou Pelé. “Andrada estava em grande fase. Nunca senti tamanha pressão. Eu estava tremendo. Mas eu tinha que cobrar e aí… Gooooooool! Que emoção! O estádio explodiu de alegria.”
As emoções foram tão intensas que o jogo levou 25 minutos para ser retomado. Quando a bola voltou a rolar, o Santos segurou a vitória por 2 a 1. Na verdade, ninguém se importava com isso. O dia 19 de novembro de 1969 ficaria marcado para sempre por um dos gols mais importantes da história do futebol.
E você, se estivesse no Maraca, torceria para Andrada ou para Pelé?
