Do protagonismo ao antagonismo

Por Bruno Saint’ Clair
bsclair@gmail.com

Há menos de uma semana, Flamengo e Palmeiras protagonizavam uma final considerada por muitos, como a decisão para saber quem de fato ostentaria a condição de melhor time do futebol brasileiro da atualidade. Isto porque os cariocas são os atuais bicampeões do Brasileirão e do Carioca, campeões da Supercopa e até aquele momento, eram os atuais campeões da Recopa Sul-americana. E por outro lado, os paulistas são os atuais campeões da América, da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista.

Além de ser classificado como clássico dos milhões, mas não atualmente pelos estádios cheios por conta da Pandemia e sim pelo elenco milionário que ambas equipes possuem. Os dois maiores clubes do Brasil no momento precisavam provar, não para as suas torcidas e sim para a mídia, quem seguiria com a hegemonia do futebol brasileiro. O resultado da Supercopa 2021 todos já sabem, mas o que aconteceria numa pós decisão, isso sim seria uma caixinha de surpresa.  

Quando se perde um título da forma como foi com o Palmeiras, jogadores e torcedores já consideram aquela derrota como passado, mesmo que tenha ocorrido há 1 minuto do apito final. E já imaginam a possibilidade do próximo título. Para o Palmeiras isso era logo ali, apenas três dias depois. Enquanto que para o Flamengo, ainda em clima de mais uma conquista, na verdade a oitava em dois anos, o próximo jogo seria diante do seu maior rival, quatro dias após a decisão. Só que naquela caixinha tinha sem dúvida, algumas surpresas e estas comprovariam que cada jogo é bem diferente do outro e para ser o melhor, tem que jogar bola, de preferência com qualidade e eficiência.

O Palmeiras teve a oportunidade de acalentar o coração alviverde com um título pouco mais de 72 horas depois da final da Supercopa. Mas novamente, deparou-se diante de suas fragilidades. Mesmo entrando em campo com a vantagem do empate, porque no jogo de ida havia vencido o Defensa y Justicia por 2×1, em Buenos Aires. Só que o verdão levou de volta os 2×1, em Brasília. E em outra disputa de pênaltis (3×4) ficou com mais um vice-campeonato, só que agora da Recopa Sul-americana. O que dizer ao torcedor ou a imprensa, diante de dois vices em menos de uma semana? Provavelmente o de sempre: “Vamos trabalhar em cima dos nossos erros para buscar melhores resultados.”

O Flamengo teve pela frente um clássico, também dos milhões, só que neste momento daqueles que acompanharam pela TV. E com possibilidades inclusive, de eliminar o Vasco da semifinal do Carioca. Ganhou mais um dia de descanso para a partida, porque ao contrário do Palmeiras, jogou com 96 horas depois da decisão. Havia ainda uma escrita de 17 jogos de vitórias sobre o cruzmaltino. Mas os rubro-negros não sabiam o que tinha naquela “caixinha de surpresa”. Com uma equipe bem treinada, o Gigante da Colina venceu por 3×1, em pleno Maracanã que exibia a mensagem: “Obrigado Nação”.

O futebol é muito dinâmico, pois numa final eletrizante da Supercopa, Flamengo e Palmeiras fizeram um jogo de encher os olhos do torcedor brasileiro. Nem os últimos jogos da Champions foi tão emocianante. Qualquer um poderia ter levantado a taça. Mas, na mesma semana, essas equipes não jogaram no mesmo nível e foram derrotadas.

Flamengo e Palmeiras seguem como os melhores times do Brasil? Sem dúvida alguma que sim. Mas será necessário fazer o de sempre – trabalhar em cima dos erros e buscar melhores resultados – pois só assim, vão continuar com a ostentação de melhores do Brasil. Pelo menos até o próximo título ou até o próximo confronto que pode ser na Libertadores, Brasileirão ou Copa do Brasil. E aí, novas decisões virão com outras caixinhas de surpresas.

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